CONTATO VISUAL
Autora: Cammie McGovern
Editora: Novo Conceito
Páginas: 306
Nota:
Compre aquiSinopse: Enquanto as crianças simulavam batalhas no playground de Woodside Elementary School, dois alunos desaparecem, sendo vistos pela última vez atravessando o campo de futebol em direção ao bosque atrás da escola. As horas passam e então apenas um deles, Adam, um garoto de nove anos com autismo, é encontrado vivo; a única testemunha de um assassinato incompreensível. Verbal apenas nos melhores dias, Adam recua em seu mundo silencioso que Cara, sua mãe, conhece muito bem. Com a comunidade em choque e seu filho incapaz de ajudar na investigação policial, Cara tenta decifrar os enigmáticos acontecimentos.
Quando outra criança desaparece, a mãe de Adam percebe que só ela pode acabar com o silêncio do filho e interpretar as mudanças no comportamento de Adam não apenas para ajudá-lo a superar o trauma, mas também para ajudar a polícia a capturar o assassino. E, assim que ela se aproxima da verdade, seu passado inquietante começa a surgir das sombras. Em uma tentativa desesperada de proteger seu filho da vida real, ela teme que isso possa ter tornado o mundo dele um lugar mais perigoso.
Era para a resenha desse livro ter saído há um tempo já, mas o livro é denso demais para o pouco de páginas que ele contém e merecia uma resenha especial. Um livro profundo, tenso e imperdível, é assim que vejo Contato Visual.
A história é narrada em 3ª pessoa e vai contar um episódio marcante da vida de Adam, um menino autista de 9 anos, que um belo dia some da escola durante o intervalo junto com outra aluna, e ao voltar aparece sozinho. É possível imaginar o caos que irá se instalar com essa situação, pois o menino que vinha se desenvolvendo por todo aquele tempo, reaparece fechado em seu mundo, sofrendo interiormente e retrocedendo em todo aquele progresso que tinha adquirido com a ajuda de sua mãe, Cara.
Conhecemos o passado de Cara, que revela mistérios e problemas não resolvidos, além de tudo ter uma ligação direta com seu filho. É impossível não se comover com o esforço da mãe, mas, principalmente, com o do filho, que a todo o momento tenta mostrar aos outros que ele sabe de algo, mas, infelizmente, é complicado demais para ele se comunicar como os outros gostariam ou esperavam que ele fizesse.
Como já disse, o livro é bastante denso/profundo mesmo, é como um thriller policial que te prende a cada novo detalhe, a cada nova pista, e quando você acha que está desvendando todo o mistério, a próxima página conta algo novo que derruba toda a sua tese. Situações inesperadas acontecem inúmeras vezes; Cara vai descobrir que tentar se conectar com seu passado pode não ser a melhor escolha; personagens secundários vão aprender que todos no mundo têm problemas e as escolhas feitas para ajudar-se e ajudar ao próximo é feita por cada indivíduo, deve-se apenas aceitar.
Enfim, é uma história muito bem elaborada, com personagens desenvolvidos ao longo dela (nada se perde), assuntos relevantes como: a importância de saber conviver com pessoas diferentes; e algo que pra mim foi o mais tocante: crianças. Elas são os seres mais honestos e puros do mundo, e as crianças especiais do livro têm uma magia tão singular que é impossível não se deixar levar por elas.
A Cammie fez um ótimo trabalho, tanto na narrativa da história quanto na pesquisa sobre tratamentos utilizados para crianças com autismo e sobre o assunto em geral (talvez muita parte dessas informações deve-se ao fato de seu filho mais velho ser autista).
Só não dei nota máxima ao livro por um único detalhe: capítulos longos demais. Eu achei complicado acompanhar a leitura em determinados pontos, pois além de dividir em capítulos ela ainda divide internamente, ou seja, uma hora você tem a narração de algo do passado de Cara, depois volta ao presente, logo em seguida você está presenciando a cena vivida por Adam, isso tudo em um único capítulo. Mas de resto, é um ótimo livro, que eu recomendo a todos!