Eu sei que o intuito do blog é falar sobre livros, mas eu tenho uma paixão incontrolável por teatro (principalmente musicais!). Essa semana eu assisti à duas peças muito boas: de presente de aniversário ganhei dos meus pais entradas para a peça O Médico e o Monstro, baseado no livro de Robert Louis Stevenson, e ontem fomos assistir ao O Advogado de Deus, baseado no livro de Zibia Gasparetto.

Gostaria de compartilhar com vocês minha opinião:

O MÉDICO E O MONSTRO
Local: Teatro Bradesco
Direção: Fred Hanson
Classificação etária: 12 anos
Nota:

Sinopse: A história acontece em Londres no ano de 1885, quando o brilhante doutor Henry Jekyll, procurando uma cura para a loucura de seu pai, tenta desenvolver uma fórmula para isolar o lado mau das pessoas, partindo do pressuposto de que todas têm duas personalidades. O médico pede permissão para testar sua fórmula em pacientes de um hospital local e, ao ter seu pedido negado, se voluntaria secretamente como cobaia da experiência, transformando-se em Edward Hyde, seu alter ego do mal.

Os moradores da cidade começam a desconfiar das atitudes de Jekyll por passar horas trancado em seu laboratório às vésperas de seu casamento com a cobiçada Emma, e por seus encontros com a prostituta Lucy, que se torna alvo de interesse de Hyde. As coisas se complicam ainda mais quando é anunciada a morte do bispo de Basingstoke e Jekyll assina um testamento que deixa tudo para o recém-chegado Hyde. Enquanto isso, a personalidade de Hyde se apossa cada vez mais do dócil doutor Jekyll.

Jekyll é um apaixonado por natureza, ama o que faz e admira o ser humano; por isso não nos parece estranho quando ele decide separar o mal de nossos corpos para sempre. Realmente, seria uma maravilha viver em um mundo perfeito, onde tudo é maravilhoso, correto, colorido e feliz. Mas essa não é a nossa realidade! Precisamos aprender que dentro de nós sempre haverá esse conflito entre bem e mal, e que apenas nós podemos controlá-lo. Muitas pessoas vivem de máscaras na nossa sociedade, mas não sabem o quão vazias se tornam; o quanto poderiam ser maravilhosas aos olhos de pessoas que conseguem ver a beleza interior. Enquanto isso, Emma é uma pessoa doce, que não se contenta com a vida fútil da alta sociedade, e conserva um amor verdadeiro pelo médico; ela o aceita como ele é e está disposta a enfrentar tudo que aparecer pela frente apenas para poder viver eternamente com seu amado.

Já conhecia o talento de Nando Prado e Kiara Sasso devido às peças O Fantasma da Ópera e Miss Saigon. Esses dois atores são as perfeições em pessoa! Sério mesmo, cantam e atuam de uma maneira exemplar *-* (a cada peça fico com mais vontade de fazer teatro haha! mas como sou SUPER tímida, essa ideia é logo descartada). Bom, devo dizer que não esperava algo diferente de O Médico e o Monstro: direção, atores e músicos maravilhosos + ótima história = sucesso!

A adaptação das músicas para o português ficou excelente, o figurino estava bárbaro.. Os efeitos especiais então? Ainda não acredito que aquela chuva era de verdade!

Enfim, a peça foi ótima! O que infelizmente não a fez ganhar 5 estrelas foi a desorganização do teatro, devido ao não cumprimento dos horários de início e intervalo; e permitiu que os espectadores entrassem após o início da peça… Isso atrapalhou bastante e deixou cansativo o espetáculo, uma vez que ficamos meia hora esperando o segundo ato!

O ADVOGADO DE DEUS
Local: Teatro Coliseu
Direção: Valdir Ramos
Classificação etária: 12 anos
Nota:

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Sinopse: A história se passa nos anos de 1932 e 1951, no Rio de Janeiro, em uma época de boas músicas, romantismo e idealismos; e conta a história de Alberto, um jovem em luta para reaver a herança e a verdadeira identidade, que lhe foram usurpadas por seu primo José Luís Camargo. Daniel Rezende é o jovem advogado idealista que aceita defender sua causa em juízo. O que se percebe no desenrolar da história é que existem laços espirituais de outra vida (século XVX), unindo Alberto, Daniel e a bela Lídia, que faz pulsar mais forte o coração dos dois rapazes.

O enredo traz temas de candente atualidade, como o conflito entre pais e filhos, o confronto de valores entre gerações, a ética na política e nos relacionamentos pessoais e profissionais, a justiça e o imenso valor de um advogado corajoso e ético, que defende um injustiçado em luta para restabelecer a justiça, reavendo o que é seu por direito. Ao mesmo tempo, revela alguns mecanismos das relações espirituais, que se originaram em um passado remoto e têm prosseguimento na presente encarnação.

Daniel vem de uma família de políticos abastada, mas, contrariando seu pai, ele quer ser um advogado simples, com seu próprio escritório e sem apoio de pessoas influentes. Sua irmã Lanira é a única pessoa a lhe apoiar, e se mostra também deslocada naquela família. Até que Alberto aparece no escritório e pede ajuda. O desenrolar da história é fabuloso, uma vez que a história se mistura com as vidas passadas dos personagens e o conflito vai sendo revelado. O tempo não é linear, contudo não ficou confuso em momento algum. Os atores se revezam nos diversos papéis e isso deixou a peça bastante dinâmica. O cenário bem simples, mas o suficiente para retratar a história. O teatro é muito bonito, mas ainda possui assentos desconfortáveis; sem contar que precisa arranjar uma área específica para os equipamento de projeção.

O interessante é que a temática não gira em torno apenas do espiritismo, mas sim de mostrar como muitas pessoas se deixam levar pelas aparências e acabam esquecendo suas verdadeiras identidades. Trata também do trabalho dos advogados, que muitas vezes se prestam a defender pessoas que eles sabem estar erradas; um assunto polêmico, concordo, mas muitas vezes o importante não é pensar na quantia de dinheiro que teremos no fim do mês, mas se ao fazermos determinados trabalhos estaremos de bem com nosso coração e alma.

Adorei e recomendo a todos!

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